Qual é a diferença?
11:42 | Author: Audrey, Ruver e Daiane

Rio Tietê em São Paulo após 16 anos continua poluído e já custou $ 1,5 bilhão de dólares



Rio Cheonggyecheon em Seul despoluido em 4 anos por $ 700 milhões de dólares


Cheonggyecheon e Tietê são muito parecidos, quase primos. Dois rios que cortam duas grandes metrópoles, Seul e São Paulo; dois rios extremamente poluídos, símbolos da degradação das cidades e do desenvolvimento a qualquer custo. Ambos receberam milhões de dólares para serem revitalizados. Aí começa a diferença: além dos milhares de quilômetros que separam Cheonggyecheon e Tietê, um deles foi totalmente revitalizado em apenas quatro anos e hoje tem cascatas, fontes, peixes, crianças brincando e jovens se divertindo. Já o outro está há 16 anos esperando sua limpeza, sem vislumbrar quando de fato isso irá acontecer.
O governo de Seul iniciou o que se pode chamar de renascimento do Cheonggyecheon, no coração da capital sul-coreana, em julho de 2003. Por sobre o fétido canal havia um enorme viaduto, quase um Minhocão, que foi implodido. A revitalização integrou projeto de nova política de transportes públicos para uma cidade sustentável.
Gyengchul Kim, diretor do Instituto de Desenvolvimento de Seul, contou que os governantes adotaram, a partir de 2002, medidas em favor da utilização de ônibus e metrô. O caso mais emblemático foi a derrubada do viaduto sobre o leito do Cheonggyecheon. Em lugar da obra, construída em 1960, foi iniciada sua revitalização, com um parque linear para recreação e atrações culturais.
O curso d’água recebeu peixes e vegetação. Foram erguidas fontes luminosas que se tornaram pontos de visitação. A temperatura em Seul, em virtude das melhorias no meio ambiente proporcionadas pelo novo Cheonggyecheon, diminuiu 3,6°C, indo de 36,3°C para 32,7°C. Tudo ao custo de US$ 370 milhões na época (hoje algo em torno de R$ 700 milhões).
Vencido o desafio, a restauração dos 5,8 quilômetros do rio teve impacto econômico positivo para a cidade. Segundo representantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris, foi criada uma outra imagem da Coréia do Sul, contribuindo para a promoção do país no mercado internacional e para a atração do capital estrangeiro. “Seul deve descartar os excessos do desenvolvimento e se tornar ecologicamente correta, para prosperar. Pense diferente, eco-eficientemente. Não para mais carros, mas sim pelas pessoas”, disse Kim.
O rio sul-coreano era responsável pela drenagem das águas de toda a cidade, com mais de 10 milhões de habitantes. No auge do desenvolvimento, o leito se tornou poluído. A calha principal acabou parcialmente aterrada e agora reaberta. Hoje, as águas que correm por lá são bombeadas do Rio Han.
Aqui, o programa de despoluição do Tietê já custou US$ 1,5 bilhão, ou quase R$ 3 bilhões aos cofres do Estado, desde sua implementação em 1992. Tantos gastos e esforços, e a sensação que se tem é que a poluição continua cada vez maior.
O Tietê, quando atravessa os municípios da Grande São Paulo, recebe uma infinidade de esgotos, efluentes industriais e lixo. O engenheiro Julio Cerqueira Cesar Neto, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, estima que sejam despejados nos rios e córregos da capital cerca de 39 mil litros de esgoto in natura por segundo, que de certa forma acabam no Tietê.

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2 comentários:

On 25 de novembro de 2008 às 12:06 , Audrey, Ruver e Daiane disse...

Acho importante que as pessoas conhecem as diferenças, culturais, econômicas e socias de cada país, antes de compararem alhos com bugalhos.
Os rios são realmente semelhantes, mas por característica fluviais.

 
On 27 de setembro de 2010 às 10:49 , Unknown disse...

Olá, tudo bem?

Li e gostei de seu post, ele fala sobre uma questão muito importante.

Estou escrevendo aqui para trazer a informação de como tem sido tratado o Rio Juquery. Neste vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=vca810sNthE) é possível ver que a falta de tratamento e saneamento básico esta destruindo dia após dia a fauna e flora do rio e que se continuarmos sem ter alguém na assembléia que o defenda, em breve não teremos mais nada o que defender.

Por isto peço que no dia 03/10 ajude-me a ser eleito para que possamos defender juntos o Rio Juquery e oferecer saneamento básico a todos que moram nestas cidades por onde o rio passa.

Para encontrar mais informações sobre minhas propostas acesse o site: http://anesiodecampos.com.br


Anésio de Campos
Deputado Estadual - 43.133